segunda-feira, 28 de maio de 2018

Mochileiras depois dos 60: as mulheres que, na terceira idade, foram conhecer o mundo...

A rotina de Iracema Genecco, de 67 anos, foi cansativa durante a juventude. Ela costumava acumular dois ou três empregos no jornalismo para criar a filha única e ainda fazia horas extras, para aumentar a renda. Logo que conseguiu se aposentar, aos 60 anos, viajou para diversas regiões da Europa. Encantada com a chance de conhecer novos lugares, tornou-se mochileira.

A história de Iracema assemelha-se à de Vera Lúcia Andrade, de 69 anos, e Flora Contin, de 65. Elas passaram a juventude revezando entre os cuidados com a família e o trabalho. Depois de conquistarem a aposentadoria, decidiram fazer mochilões - viagens de baixo custo e com pouco ou nenhum luxo.

Nas bagagens - carregadas em mochilas ou malas -, cada uma delas levava roupas, itens de higiene pessoal e o sonho de viagens que haviam adiado por tantas décadas.

"Entre as boas experiências que guardo das viagens, a maior de todas é a descoberta de que devemos viver o momento presente da melhor forma possível, pois não conhecemos o futuro e o passado nunca será recuperado", diz Iracema, que fez seu primeiro mochilão em 2011.

Iracema, Vera e Flora estão em uma faixa etária cada vez mais numerosa no Brasil. Em 1991, a população brasileira acima dos 60 anos contabilizava 10,7 milhões de pessoas. O número mais do que dobrou 25 anos depois. Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), os idosos correspondiam a 29,6 milhões de brasileiros em 2016.

E as mulheres são maioria: são 16,6 milhões delas, contra 13 milhões de homens acima de 60 anos.
Uma pesquisa de novembro passado do Ministério do Turismo mostrou que 31,7% dos idosos consultados tinham a intenção de viajar até maio deste ano.

O ministro do Turismo, Vinicius Lummertz, pontua que o aumento da população idosa tem motivado o setor turístico a fazer adequações. "Temos que trabalhar com políticas públicas específicas e sensibilizar os prestadores de serviços turísticos para a necessidade de estarem cada vez mais preparados para atender esse público de acordo com suas especificidades", explica à BBC Brasil.

Para Iracema, muitos idosos temem conhecer novos lugares por acreditarem que seja impossível viajar depois dos 60. "Se a pessoa tem boa saúde, gosta de caminhar bastante e tem forças para levar a mala, o resto é lucro. É importante fazer um check-up antes, com médicos e dentistas, contratar um seguro de viagem pelo período em que permanecer fora e levar medicação necessária. Tomando esses cuidados, fica tudo bem."

Viajante sem rumo certo

Na juventude, Iracema costumava sonhar com as viagens que faria para conhecer o mundo. "Eu pensei nisso a vida inteira, mas só consegui depois de aposentada."

A rotina profissional e os cuidados com a filha não a deixavam ir para muito longe. "Era difícil conciliar os dias de férias para viajar, porque além do dinheiro curto, eu acumulava os empregos. Saía de um trabalho e corria para o outro, diariamente. No horário do lanche, dava uma escapada para espiar minha filha na creche. Nos fins de semana, ainda fazia algum freelancer", lembra.

A filha da jornalista cresceu, se tornou independente e foi para Londres. Há sete anos, Iracema conquistou a aposentadoria e foi visitar a filha. Durante a viagem, aproveitou para ir a outras regiões da Europa. "Depois, não consegui mais ficar sossegada em casa. Mal retornava de uma viagem e já ficava pensando na próxima."

Desde então, ela tem feito diversos mochilões pelo mundo. Há cinco anos, decidiu que não iria ter paradeiro fixo e passou a levar a vida viajando. "Fui aumentando gradativamente os períodos das viagens. Começaram com duração de quatro meses, depois seis meses, passou para um ano e agora não tenho mais volta programada. Gosto de viagens de longa duração. Vou para uma região, me instalo e saio para conhecer as redondezas."

Ela conheceu lugares como a Ilha de Páscoa, o Irã, a Rússia e diversos países da Europa, onde passou meses seguidos. Atualmente, está na Espanha há nove meses. "Não tenho previsão de quando vou sair daqui, quero ficar mais um tempo, para conseguir visto de longa duração", relata a aposentada. "Vou ficando nos lugares. De repente, vejo outro local que gostaria de conhecer e vou."
O idioma nunca foi problema. "Eu consigo dialogar em inglês, italiano e espanhol. Não houve nenhuma dificuldade que o Google Translate não solucionasse", diz.

Para sobreviver nos países, ela utiliza a aposentadoria e também trabalha em troca de hospedagem e alimentação. "Já cuidei de cachorro e de casa, fiz plantações em jardim ou horta e até limpei casas."

Ela conta ainda que aprendeu a readaptar a vida e os costumes após se tornar viajante. "Não compro nada além do necessário. Ando de transporte público ou de carona. Só compro passagens aéreas se estiverem em promoção", diz.

A mochileira revela ter passado por momentos difíceis durante as viagens, como o dia em que perdeu um barco que a levaria a uma cidade onde tinha reservado duas diárias em um hotel. "Eu fiquei sem rumo e sem ter lugar para ficar. Foi a única vez em que sentei na mala e chorei, enquanto via o barco sumindo no horizonte", conta.

Nenhuma dificuldade, porém, desestimulou Iracema de seguir viajando. Solitária durante a maioria das viagens, a idosa teve de aprender a lidar com os próprios temores. "O medo é inevitável, acredito que ele seja o nosso guardião. Ele nos avisa dos momentos potencialmente perigosos."

Na companhia do filho

Vera Lúcia, 69, já havia viajado - fora três vezes aos Estados Unidos, onde vive a filha mais velha -, porém nunca tinha pensado em fazê-lo de um modo mais aventureiro. No ano passado, ao ouvir do filho mais novo, de 22 anos, que ele iria sozinho em um mochilão para a Europa, ela decidiu acompanhá-lo.

"Falei que também queria ir. Eu quis ter essa experiência porque tenho a cabeça bem aberta, gosto muito de ler e de me aventurar", conta Vera.

O filho dela, o analista de marketing Helder Araújo, não acreditou, a princípio, que a mãe fosse acompanhá-lo. "Eu falei que iríamos ficar em quartos compartilhados em hostels, que o orçamento era de baixo custo, que não era todos os dias que teríamos três refeições e que teríamos de usar transporte público. Mesmo com tudo isso, ela respondeu: ótimo", diz.

Quando era mais nova, Vera trabalhava com análises químicas. Casada há 40 anos, ela dividia a vida entre a dedicação à família e ao trabalho. Eram poucas as viagens, somente para visitar familiares, em Goiás. O sonho de conhecer novos lugares no Brasil ou em outros países sempre a acompanhou. "Eu leio muito e acho que a leitura faz com que a gente tenha vontade de conhecer o mundo todo", conta a aposentada.

Ela e o filho viajaram durante 18 dias, de 8 a 16 de abril. Conheceram Roma e Florença, na Itália; Liubliana, na Eslovênia; Zagreb, na Croácia, e Viena, na Áustria. "A gente ia aos pontos turísticos, aos museus e aos lugares altos onde dava para ver a cidade. Não deixei de ir a nenhum lugar. Fomos até em alguns que não eram planejados", orgulha-se.

O desempenho da aposentada surpreendeu o filho, que não esperava que ela conseguisse ir a todos os lugares planejados. "Várias pessoas com minha idade não têm metade do pique dela. Ela foi incrível."
A aposentada conta que outros turistas ficavam surpresos com a presença dela nos hostels. "Eles diziam que era maravilhoso ver uma senhora da minha idade fazendo um mochilão, ficando em quartos compartilhados e tendo que subir em beliches", relata Vera, que se comunicava com os estrangeiros por meio do Google Translate. "Eu pegava o celular e colocava no tradutor, porque meu inglês não é bom", diverte-se.

Para ela, o mochilão foi a melhor viagem que fez em toda a vida. "Foi fantástico. Conheci muitos lugares e pessoas bacanas. Tem muito jovem aventureiro, sem medo de viajar. Isso é incrível." Vera conta que a presença do filho foi fundamental. "Eu não tive medo em nenhum momento, porque me sinto segura com ele. Meu filho fala bem inglês e sabe administrar as viagens que faz, por isso estava tranquila", relata.

'Feliz com meus medos'

A aposentada Flora Contin também queria uma companhia durante a viagem. No entanto, os dois filhos não puderam acompanhá-la. "Eles trabalham e têm a vida deles. Chamei também alguns amigos, mas ninguém podia", comenta. Sozinha, decidiu realizar um sonho que a acompanhava havia anos: conhecer Machu Picchu, no Peru. "Decidi que era a minha hora de viajar."

Os filhos da aposentada, a princípio, tiveram medo da viagem solitária da mãe, então com 64 anos. Depois, acabaram incentivando e a auxiliando nos preparativos.

Para organizar a aventura, ela acessou diversos sites e páginas sobre mochileiros que foram a Machu Picchu. "Depois, começamos a pesquisar sobre hotel, hostel e outras coisas. Comprei minha passagem com antecedência e anotei todas as dicas que via em grupos de viajantes."

Ela embarcou para o Peru em 11 de agosto. A primeira viagem sozinha foi um desafio para a aposentada. "Eu tive muita insegurança. Logo que cheguei ao Peru, tive que me virar. Não havia ninguém me esperando. Para driblar o medo, toda hora pensava: é um sonho e vou superar."

"Quando você está lá, as coisas vão acontecendo aos poucos e você vai superando. No fim, fiquei feliz, mesmo com meus medos e inseguranças", completa.

Ela passou dois dias em Lima, capital do Peru. Depois foi para Cusco, onde visitou sítios arqueológicos e museus. Por fim, embarcou no ônibus que a levou a Machu Picchu.

"Olhava tudo aquilo e pensava o quanto era maravilhoso estar ali. Era tudo o que eu mais queria", diz a aposentada.

Os registros fotográficos de Flora foram feitos pelos viajantes que conheceu durante o passeio. "Eles falavam que era incrível ver uma pessoa da minha idade viajando sozinha. Eu ficava realizada por isso. Mesmo sozinha, fui muito feliz."

Novos sonhos

Flora e Vera Lúcia planejam novos passeios, no Brasil e no exterior. Já Iracema continua sua viagem pelo mundo e sem previsão para voltar a morar no Brasil.

A psicóloga Daniela Zanini explica que as viagens trazem diversos benefícios aos idosos. "Representam estímulos diversos e diferentes dos habituais. Aumentam da rede social do idoso, além de melhorar a autoestima, a qualidade de vida e o bem-estar", afirma.

As viagens trouxeram uma nova visão sobre a vida para Flora. "A vida é curta. A gente vive em um redemoinho, com casa, comida, roupa e outros compromissos. Mas se tem vontade, vá atrás dos seus sonhos, vá viajar. Viver é simples e não é preciso muita coisa pra ser feliz."

Prestes a completar 70 anos, Vera Lúcia também incentiva outros idosos a viajar. "Idade não é impeditivo. Faço ioga, teclado e dança. Sou uma pessoa muito ativa. Tenho uma garra para viver e participar das coisas. Nunca é tarde para fazer qualquer coisa na vida. Tudo é uma questão de vontade", diz.

Entusiasta das viagens na terceira idade, Iracema acredita que sua vida melhorou após decidir pegar sua mala e a mochila para sair sem destino certo. "O mundo é muito maior do que o meu quintal. Não consigo ficar parada no sofá assistindo TV. Enquanto conseguir arrastar minha mala e mochila por aí, penso em seguir viajando."

Fonte: BBC
Iracema, Vera e Flora estão em uma faixa etária cada vez mais numerosa no Brasil. Em 1991, a população brasileira acima dos 60 anos contabilizava 10,7 milhões de pessoas. O número mais do que dobrou 25 anos depois. Conforme a Pesq... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2018/05/27/mochileiras-depois-dos-60-as-mulheres-que-na-terceira-idade-foram-conhecer-o-mundo.htm?cmpid=copiaecola
Iracema, Vera e Flora estão em uma faixa etária cada vez mais numerosa no Brasil. Em 1991, a população brasileira acima dos 60 anos contabilizava 10,7 milhões de pessoas. O número mais do que dobrou 25 anos depois. Conforme a Pesq... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2018/05/27/mochileiras-depois-dos-60-as-mulheres-que-na-terceira-idade-foram-conhecer-o-mundo.htm?cmpid=copiaecola

segunda-feira, 14 de maio de 2018

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Vacinação contra gripe começa na segunda-feira em todo o País

Campanha vai até o dia 1º de junho; neste ano, imunização protege contra os vírus H1N1; influenza B e H3N2

BRASÍLIA - O Ministério da Saúde lança na próxima segunda-feira, 23, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe. Até o dia 1º de junho, crianças entre 6 meses e 5 anos, maiores de 60, trabalhadores de saúde, professores, pessoas privadas de liberdade, com necessidades especiais, gestantes, mulheres que tiveram filhos nos últimos 45 anos e indígenas poderão ir a um dos postos de saúde para receber o imunizante. Neste ano, a vacina protege contra o H1N1, influenza B e o H3N2, tipo de vírus que provocou um aumento significativo de casos e de mortes relacionadas à doença no Hemisfério Norte. Em Goiás, em virtude do aumento de casos de gripe, a campanha foi antecipada.    

Nova linhagem de vírus da gripe preocupa após causar mortes na América do Norte

"Apesar de o aumento de casos ter sido muito significativo no Hemisfério Norte, não temos até agora nenhuma indicação que o mesmo fenômeno vá se repetir no Brasil", afirmou a coordenadora do Programa Nacional de Imunização, Carla Domingues

Em 20 dias, mortes pelo vírus da gripe quase dobram em São Paulo
Neste ano, foram confirmados no País 392 casos de influenza, com 62 óbitos. No mesmo período do ano passado, foram 394 ocorrências, com 66 mortes. Além de o número de casos ser semelhante ao do ano passado, Carla observou que, para população do Hemisfério Sul, a vacina contra gripe já leva em sua composição o imunizante feito de variações de cepas identificadas na região. Por isso, completou, a necessidade de as pessoas aderirem à campanha.  

O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, afirmou que a maior preocupação da campanha neste ano é garantir cobertura vacinal semelhante em todos os grupos considerados prioritários. Occhi observou que, embora a cobertura no ano passado tenha sido de 88%, em algumas populações ela esteve abaixo do que seria considerado ideal. Foi o caso, por exemplo, das crianças entre 6 meses e 5 anos. No ano passado, 77% das crianças nessa faixa etária foram imunizadas.

"Fazemos um apelo para que pais levem seus filhos aos postos de vacinação. Crianças abaixo de 5 anos estão mais suscetíveis a complicações provocadas pela gripe, podem desenvolver casos graves da doença", alertou Carla.

O ministério afirmou que não será feita a prorrogação da campanha. Depois do prazo, qualquer pessoa interessada poderá ser vacinada contra a gripe, com as doses remanescentes. Carla disse não haver a princípio nenhuma estratégia para fazer uma campanha coordenada de vacinação contra gripe e febre amarela. Ela observou, no entanto, que no caso de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, que fazem uma campanha de imunização contra a febre amarela, tal política poderá ser adotada.

"Mas isso irá ocorrer de acordo com a orientação dos governos locais e, sobretudo, de acordo com a capacidade dos profissionais de saúde."

Ela esclareceu, porém, não haver nenhuma contraindicação de se aplicar simultaneamente a vacina contra a febre amarela e a contra a gripe.

A expectativa do governo é imunizar 54 milhões de pessoas. O quantitativo adquirido  é superior a essa marca. Foram encomendados ao Instituto Butantã 60 milhões de doses. O ministro afirmou que a diferença é uma margem de segurança. "Caso haja desvio ou perda do imunizante." 

O Brasil é o País em que a oferta da vacina contra gripe é mais abrangente, disse Carla. "Em nenhum outro local do mundo tantos grupos têm acesso à vacina gratuita." Não há intenção do governo em ampliar esse grupo. A coordenadora explica que a população adulta e não atendida pela campanha de vacinação é indiretamente protegida. Isso porque quanto mais pessoas estão vacinadas, menor o risco de circulação do vírus. "E isso beneficia a todos. Incluindo os não vacinados."

Há dois critérios que determinam a escolha de grupos atendidos pela campanha de vacinação contra gripe. Em primeiro lugar, os mais vulneráveis. Pessoas que, se contaminadas, têm maior risco de contaminação, como idosos, crianças e gestantes. Em segundo lugar, estão integrantes de grupos mais expostos ao vírus, como profissionais de saúde, pessoas privadas de liberdade e professores.

 Fonte: Estadão

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Garotinho se veste de policial para entregar flores a idosos

Oliver Davis quer ser um policial quando crescer e gosta de fazer gentilezas.

Um garotinho nos Estados Unidos fez uma resolução de Ano Novo muito solidária: decidiu que visitaria mais casas de repouso em 2018. Diferentemente de muitas pessoas, Oliver Davis cumpriu a sua promessa.

Sempre fantasiado de policial, ele já visitou nove lares para idosos no Kansas, nos Estados Unidos, para entregar flores aos idosos. Ele contou que pretende ser um policial quando crescer e que gosta de ser gentil.

“Eu gosto de fazer as pessoas sorrirem”, disse à ABC News nesta segunda-feira, 16. “É uma das minhas coisas favoritas”.

“Ele se considera um policial de verdade, então discutimos a possibilidade de ele entregar flores em casas de repouso”, contou Davis, policial de Overland Park. Foi assim que, após fazer sua primeira entrega de flores, ele ganhou um distintivo honorário do departamento de polícia da cidade de Leawood.



Courtney O'Connor, diretor executivo de um dos lares que Oliver ajuda, falou que ele também entrega multas aos idosos por serem “muito fofos”: “Eles amam, ficam felizes a semana inteira. Ele é muito carinhoso, afetuoso e abraçou a todos”.

Fonte: Estadão

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Discutindo a incontinência urinária e a infecção urinária




Hoje discutiremos dois assuntos importantíssimos, pouco discutidos entre as pessoas, porém superimportantes na saúde, qualidade de vida e autoestima dos idosos: a incontinência urinária e a infecção urinária. A incontinência e a infecção urinária são ocorrências comuns no processo de envelhecimento, sendo motivos de grande constrangimento na maioria das vezes.

Nesse contexto, inicialmente, é importante que se analise a razão para a ocorrência da perda involuntária de urina, pois muitas vezes, o problema é reversível e o tratamento é simples. Problemas motores, como dificuldade para caminhar, dores e rigidez de articulações, medo de cair, banheiro muito distante, são fatores que podem contribuir para perda de urina, que muitas vezes é confundida com incontinência urinária (perda involuntária de urina). É preciso sempre se atentar para os fatores citados, porque, se presentes, o problema pode significar uma falsa incontinência (pseudoincontinência), neste caso, reversível. Como solução, basta para isso, criar condições que facilitem o acesso ao banheiro, para que a pessoa chegue até lá com segurança.

Além disso, observe o intervalo de tempo entre uma micção e outra, pois a demora em ir ao banheiro também pode propiciar a incontinência e a infecção urinária. Há casos em que mesmo a pessoa sendo independente e autônoma deve fazer uso de fraldas geriátricas em determinado período, obedecendo-se os intervalos entre uma micção e outra. Assim como há casos de pessoas que por algum quadro de saúde necessitam de acompanhamento periódico ao banheiro. Neste último caso, estas pessoas precisam fazer uso de fraldas geriátricas ininterruptamente, trocadas a cada três horas, ou antes, se necessário, após higienização íntima.

Sugere-se também que, no dia a dia, observem-se os sinais de infecção urinária: como baixo volume urinário, mesmo com oferta adequada de líquidos; dificuldade para urinar (disúria); sensação de queimação à micção (ardor ao urinar); urina concentrada (escura) com odor fétido, mudanças súbitas de comportamento. E diante de qualquer um destes sinais ou sintomas, contatar um médico.

As orientações de cuidados com pacientes incontinentes são numerosas e, por esta razão, serão abordadas a seguir alguns procedimentos: 

1. Nas trocas de fraldas, sempre observe as condições da pele e mucosas. Verifique se há assaduras, presença de manchas brancas, avermelhadas, secreções, sangramento, etc. Se notar qualquer anormalidade, o médico deverá ser comunicado;

2. Troque peças íntimas com frequência para evitar que fiquem molhadas, não esqueça que a acidez da urina pode provocar pruridos (coceiras), assaduras e lesões na pele; 

3. Providencie para que, a cada troca, seja realizada uma higiene íntima completa, ou seja, deve-se lavar a região dos genitais com água e sabonete neutro. Não use talco na região de genitais, água e sabonete são suficientes. Após a higiene, seque bem a área sem esfregar a toalha, faça pressões suaves, utilizando-se de toalhas higiênicas macias. Lembrem-se, as infecções urinárias de repetição (especialmente em senhoras) têm sido comprovadamente causadas pela má higienização. E não se esqueçam de que o hábito de, após a micção ou evacuação,não utilizar o papel higiênico de trás para frente é de extrema importância, pois impede que haja uma contaminação fecal gerada pela ascensão uretral de bactérias presentes na flora intestinal; 

4. Os cuidados com a higiene íntima devem ser mais rigorosos em pessoas que usam fraldas diuturnamente (ao longo do dia). Após evacuação, a fralda deve ser retirada cuidadosamente da frente para trás removendo o excesso de fezes. Sequencialmente, lavar toda a região íntima (uretral, perineal e anal) usando água e sabonete neutro. Não usar lenços higiênicos, este material deve ser utilizado apenas quando o paciente incontinente está fora de sua casa e não pode ser higienizado com água e sabão; 

5. Pessoas que têm uma dieta adequada e saudável costumam ter seus hábitos intestinais regulares. Assim, é muito fácil controlar a evacuação, mesmo naqueles que apresentam incontinência fecal, basta para isso, observar seu horário habitual e conduzi-lo ao banheiro com antecedência; 

6. Em casos de pessoas que tem demência, a agitação, a irritação e a alteração de humor, muitas vezes significam que a fralda precisa ser trocada. Permanecer com a fralda molhada ou com fezes não é confortável para ninguém e, a pessoa com demência, apesar de muitas vezes não conseguir se comunicar verbalmente, pode demonstrar o desconforto que está sentindo por meio de alterações de comportamento. Dessa forma, é comum ver pacientes rasgando e arrancando a fralda que os está incomodando.

Por fim, caros leitores, esperamos que estas abordagens, apesar de simples e sucintas, sejam úteis e possam ajudar aos que necessitarem. Em caso de dúvidas, aconselhamos a procura por atendimento médico, pois assim serão realizados exames físicos e laboratoriais para a identificação e tratamento da incontinência e infecção urinária. 

Texto por: Thais Bento Lima da Silva, Tiago Ordonez e Evany Bettine de Almeida (Diretores da Associação Brasileira de Gerontologia).

Oferecemos fraldas e absorventes geriátricos com preços acessíveis (Abena, Protfral, Bigfral, Plenitud, e outros...) visite nosso website: www.mundogeriatrico.com.br

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Palestra aborda a independência na terceira idade

Evento é aberto ao público e será realizado no Hospital Metropolitano da Serra

Visando a qualidade de vida do idoso, o Hospital Metropolitano promoverá, nesta quarta-feira (04), às 10 horas, a palestra “Pessoa idosa que vive só: conquista ou abandono?”. O evento é aberto ao público e será realizado no auditório do Espaço Metropolitano de Eventos, na torre anexa à instituição de saúde.

A palestra tem como objetivo debater o tema e esclarecer as dúvidas sobre a independência durante a velhice, já que o idoso que vive sozinho, por exemplo, precisa de acompanhamento médico e de cuidados específicos.

Podem participar pessoas com mais de 60 anos, familiares de idosos e todos aqueles que queiram adquirir mais conhecimento a respeito desse período da vida, como profissionais de saúde e gestores de serviços voltados para esse grupo.
São disponibilizadas 90 vagas, e as inscrições devem ser feitas pelo telefone (27) 2104-7089 ou pelo e-mail: lmenezes@metropolitano.org.br
Cuidados
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), do IBGE, o número de pessoas com mais de 60 anos que moram sozinhas triplicou, passando de 1,1 milhão para 3,7 milhões, representando um aumento de 215%, entre 1992 e 2012.

Segundo a coordenadora da Unidade Geriátrica do Hospital Metropolitano, Lívia Terezinha Devens, mesmo que o idoso opte por viver sozinho e se sinta capaz disso, ele não pode deixar de realizar exames frequentemente para verificar se a saúde está em dia.
“Quanto mais envelhecemos, maior se torna o risco de nos tornarmos frágeis, seja pelo próprio envelhecimento – que altera progressivamente a função dos órgãos, tornando-os menos resistentes –, ou pelas doenças. Por isso, é necessário passar por avaliações clínicas regularmente”, diz Lívia Terezinha Devens.

A geriatra também afirma que o idoso não deve descartar a ajuda dos familiares ou de um auxiliar. “Se uma senhora de 74 anos mora sozinha e tem hipertensão, doença renal leve e deficiência visual, ela pode estar bem fisicamente e morar só, mas precisará de ajuda para fazer as compras, limpar a casa e preparar os alimentos”, exemplifica Lívia.  


Palestra “Pessoa idosa que vive só: conquista ou abandono?”

Data: 04 de abril (quarta-feira)
Horário: 10 horas
Local: Espaço Metropolitano de Eventos (Torre anexa ao Hospital Metropolitano, localizado na Serra)
Endereço: Avenida Eldes Scherrer de Souza, 488 – Civit II, Serra – ES | Ed. Metropolitano Tower – 1º andar
Inscrições: (27) 2104-7089 ou pelo e-mail lmenezes@metropolitano.org.br