segunda-feira, 30 de outubro de 2017

População do Japão atinge cifra recorde de 67 mil centenários!

O volume de centenários aumentou de forma contínua desde 1971 e o ministério prevê que a tendência continue.

Tóquio – O número de idosos centenários no Japão aumentou até a cifra recorde de 67.782, 2.132 a mais que no ano anterior, revelou um relatório publicado nesta sexta-feira pelo Ministério de Saúde, Trabalho e Conforto do país.

Do total de pessoas com 100 ou mais anos no país asiático, 88% são mulheres, 59.627, frente aos 8.197 homens, segundo os dados contabilizadas no dia 1º de setembro pelo governo japonês por ocasião da comemoração do Dia do Respeito aos Idosos, feriado nacional que se festeja na terceira segunda-feira de setembro.

O volume de centenários aumentou de forma contínua desde 1971 e o ministério prevê que esta tendência continue, principalmente pelos avanços em matéria de tratamentos médicos e pela conscientização sobre a saúde. 

Nabi Tajima, originária da pequena ilha de Kikai – pertencente às ilhas Amami, no sudoeste do arquipélago – e nascida em agosto de 1900, é com 117 anos a mulher mais idosa de Japão. 

Masazo Nonaka, nascido em julho de 1905 em Ashono (ilha setentrional de Hokkaido), é com 112 anos o japonês mais longevo.

Além disso, outras 32.297 pessoas completarão 100 anos em 2017, 350 a mais que no ano passado. Quando as autoridades japonesas começaram a recopilar estes dados em 1963 o número de centenários chegava a 153, cifra que 35 anos depois, em 1998, superaria pela primeira vez os 10.000. 

Em 2007, 2012 e 2015 o total superou 30.000, 50.000 e 60.000, respectivamente.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Intercâmbio na terceira idade: ‘Foi uma descoberta inacreditável’!

Na terceira idade, Ângela Reis fez intercâmbio no Canadá, em três meses de curso de inglês em Vancouver. Ficou em casa de família. Aos 62 anos, ela melhorou seu nível de idioma e se sentiu revigorada com a convivência com os mais jovens na escola.

A ideia de estar numa sala de aula com vários adolescentes provocava em Ângela Reis dúvidas sobre o intercâmbio na terceira idade no Canadá — “achei que fosse ser um saco” —, mas a surpresa veio na intensidade do quanto foi interessante interagir com os alunos mais jovens: “A relação foi maravilhosa”. Aos 62 anos, a psicoterapeuta corporal, que vive no Rio de Janeiro, fez três meses de curso de inglês em Vancouver neste ano. Sentiu alguns estranhamentos, mas voltou em julho encantada.

“Fui muito importante a experiência: com a idade que eu tenho você ousar fazer isso!” Ângela conta que, com o passar dos anos, batia uma certa preguiça de se aventurar em algo tão novo. “Você fica querendo viajar sempre com gente conhecida”, diz. Ela já tinha ido a países da Europa e da América do Sul, mas nunca havia feito intercâmbio.

Mas uma amiga dela havia se mudado para o Canadá, e Ângela queria aprofundar seu conhecimento de inglês. “Tinha muito anos que eu não estudava. A cada vez que viajava sentia falta de mais fluência. Falar inglês sempre facilita”, afirma a psicoterapeuta corporal, que usava o idioma para acompanhar estudos na sua profissão. “Tinha isso como uma meta: voltar a estudar, retomar a língua”, diz a carioca, que decidiu fazer a viagem para estudar pela Canadá Intercâmbio.

A escolha por Vancouver não foi apenas por causa da amiga, ela explica: “É uma cidade do Canadá com clima mais agradável.” Para evitar o inverno, marcou a viagem para maio. O intercâmbio no Canadá, no entanto, mostrou na prática à Ângela por que Vancouver é chamada de Raincouver — não à toa o apelido incorpora a palavra ‘chuva’ em inglês ao nome da cidade. “Peguei chuva e frio em maio.” No início, como boa carioca, ela pensava em ver o tempo melhorar para dar um passeio. “Minha amiga me disse: ‘Se for esperar parar de chover, você não sai nunca’. A primeira coisa que fiz foi comprar um casaco de chuva.”

Casa de família

Ângela ficou dez dias na casa da amiga. Depois, foi para a casa de família. O home stay, com direito a café da manhã e jantar, foi a parte mais desafiadora da viagem. “As famílias com que adolescentes da turma estavam eram mais receptivas. Onde eu fiquei, não. A gente não se encontrava porque tinha horários diferentes. Via só no café da manhã. Eles não tinham disponibilidade, não tinham tempo”, lembra. “Não existia (a troca), e é uma família que faz isso há 10, 12 anos. Mas a convivência que achei que fosse ter não aconteceu.”

A carioca queria manter a dieta, mas não podia cozinhar. “Isso é muito difícil. Eu moro sozinha e cozinho na minha casa. Eles comiam muita fritura.” Também não gostou de não poder lavar a própria roupa. “Detestei a experiência”, afirma Ângela. Ela diz que até tentou trocar de família, mas que, como era alta temporada, a cidade estava cheia e não havia disponibilidade.

Essas questões norteiam a experiência de ficar hospedado em casa de família — o tipo de acomodação mais usado pelos brasileiros — e devem ser acertadas antes da viagem, recomendam os especialistas. “Eu não pensei nesses aspectos, fui impulsiva. Quero fazer, Vancouver todo mundo diz que é legal. Peguei e fui.”

Para ir e voltar da escola, ela pegava ônibus e metrô. “Eles têm um sistema muito bom. A espera pelo ônibus não era de mais de dez minutos. Depois das 22 horas, passava de 40 em 40. Ok, você se organiza para isso.” A rotina tranquila do transporte público chamou atenção de Ângela. “O motorista para porque está no tempo de alongamento dele, e todo mundo espera numa boa, ninguém reclama.”

Curso de inglês no Canadá

Ângela conta que chegou no intermediário básico e, ao longo do curso, chegou à turma de inglês avançado. A carioca elogia a organização e a atenção com os alunos por parte da escola VanWest, onde estudou. “Eles cuidam de tudo, sabem quem está em que situação. Tem um consultor para cada etnia.” Mas não curtiu tudo no programa, segundo ela, muito rígido.

“A gente tinha aulas de writing (escrita) e reading (leitura) pela manhã. De tarde, você tem eletivas. Pode ser listening (compreensão auditiva), por exemplo”, diz a psicoterapeuta. “Mas a escola é muito focada na preparação para os cursos de graduação, de college. Isso dá certo para a maioria das pessoas, para adolescente serve. Mas não para quem tem uma outra necessidade”, pondera. “Eu não vou fazer prova, não vou imigrar, não ia ficar fazendo dissertação quatro vezes por semana”, afirma.

Marotamente, Ângela arrumou uma solução para praticar a língua: “Matava umas aulas e ia para rua conversar em inglês.” Saía com os amigos que fez entre outros alunos acima dos 50 anos: “Eram dois paulistas e dois casais de Montreal”. Ela conta que usou bem o idioma e ainda conheceu Vancouver.

Também visitou arredores e cidades próximas. A escola, como de costume em programas de intercâmbio, oferecia passeios e excursões para os alunos. Ela acabou não fazendo porque preferia saídas com mais conforto. “Mais velha, a gente não quer mais ser mochileira, dividir quarto com quatro. E lá eles tem muito programa com trilha.”

Preferiu, então, fazer os passeios com os amigos. Esteve em Whistler, Capilano, Grouse Mountain e Victoria (“parece um cenário de tão linda, com os jardins da cidade, e tem bons restaurantes”). Provou os vinhos da província de British Columbia, mas gostou mesmo foi das cervejas locais. “Eu adoro cerveja artesanal, provei várias.”

Interação entre gerações

Com os amigos mais jovens da turma, aprendeu sobre costumes e comidas orientais. “Pedia a eles para me ensinarem como comer os pratos. Eles queriam muito saber como era a minha vida no Brasil”, conta. “Os asiáticos, minha nossa, como me tratavam com carinho, com uma cordialidade.”

Na primeira vez no Canadá, aliás, a psicoterapeuta corporal teve como maior estranhamento uma característica positiva. “As pessoas são muito educadas. Eu estou numa tristeza com o Rio. Foi muito interessante sair daqui nesse momento caótico. Nessa falta de educação que a gente vive no Brasil. Foi bom conviver, ver que tem outro lugar diferente.”

A ótima interação entre gerações e a gentileza nos gestos do dia a dia impressionaram a brasileira. “Senti muito essa mudança de perfil. Foi uma descoberta inacreditável”, afirma. “Essa troca que tive lá, enxergar esse mundo novo, me deu uma animada. Foi muito intenso.”

Fonte: Estadão 

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

De olho na terceira idade, Rede contrata ao menos três idosos por mês!

Uma rede de supermercados em Campo Grande tem apostado na terceira idade e costuma contratar de dois a três idosos por mês, de acordo com Márcia Santos, gerente de RH. Atualmente há 45 funcionários com idades acima dos 60 anos trabalhando nas 13 lojas.

Conforme Márcia, o projeto ‘Inclusão da Melhor Idade’ começou a funcionar em 2014 e dos 45 hoje contratados, 34 estão desde o início da iniciativa desenvolvida pelo Departamento de Recursos Humanos da empresa. “Vimos à necessidade de implantação desse projeto em decorrência da grande procura de pessoas com idades acima de 60 anos por uma colocação no mercado de trabalho”.
Foi então que o RH começou a realizar alguns testes nas lojas, analisando a questão da receptividade dos gerentes e dos líderes em relação aos idosos e vice-versa. “A ideia era observar se esses funcionários se adaptariam ao ritmo de um supermercado”, explica Márcia.

Os idosos contratados pela Rede em Campo Grande trabalham num ritmo normal como o dos outros funcionários: segunda a domingo com uma folga por semana. “Eles trabalham sábados, domingos e feriados e a maioria começa como auxiliar de caixa, empacotando compras, recolhendo cestinhas e carrinhos”, frisa a gerente de RH.

Início – Márcia se lembra do primeiro idoso contratado por meio do projeto, que foi designado para trabalhar como auxiliar de caixa. Essa pessoa, segundo ela, foi aprendendo a função e hoje é operador de caixa. Outro foi promovido para assistente de atendimento de açougue.

Ainda conforme Márcia Silva, o projeto Inclusão da Melhor Idade visa dar emprego a idosos que já são aposentados. “Ele foi pensado por uma questão de eu me deparar com muitas vagas em aberto e não encontrar pessoas comprometidas, qualidade muito bacana nas pessoas da terceira idade. São compromissados com o trabalho, atendem com excelência, possuem flexibilidade, cuidados quando empacotam as mercadorias dos clientes”, elogia a gerente de RH.

Hoje, em pelo menos uma das 13 lojas na capital há um, dois e até mais idosos trabalhando. Em apenas uma unidade, por exemplo, são 11 funcionários da melhor idade.

É o caso do auxiliar de caixa Apolônio Ariovaldo Rodrigues, 71 anos. Ele entrou na empresa por meio do projeto Inclusão da Melhor Idade, quando ainda estava em seu início no ano de 2014. “Ficava muito parado e isso me deixava preocupado. Decidi procurar trabalho na rede e fui contemplado com emprego com carteira assinada. Estou muito feliz trabalhando nesses três anos na rede e a cada dia que passa eu me adapto cada vez mais”.

Promoção – Maria das Dores Gomes dos Santos, 61 anos, entrou na empresa em 2013 – antes do projeto da Melhor Idade entrar em ação – como auxiliar de caixa e hoje é assistente de atendimento do açougue na loja Brilhante. “Considero maravilhosa essa oportunidade que eles me deram de trabalhar com pessoas mais jovens, aprendendo e ensinando. Minha função é oferecer produtos aos clientes, mas também tiro dúvidas e até recomendo umas receitinhas. A gente chega numa certa idade e fica amedrontado por não ter ocupação. Lembro quando ainda recolhia carrinhos de compras no estacionamento e hoje aqui, auxiliando no açougue, só tenho a agradecer. Não é um serviço cansativo, basta ter disposição e paciência”, recomenda.

Já Timotio Pontes Roman, 60 anos, hoje também é assistente de atendimento do açougue de uma das lojas. Assim como Maria, ele tem a missão de tirar o cliente da filha do açougue e aconselhá-lo a comprar as carnes em bandejas. “Comecei recolhendo carrinhos no estacionamento e a gerência da loja me deu essa oportunidade de vender e conversar com os clientes. É um incentivo que me deixa muito gratificado”.

Na opinião de Márcia, o fato da Rede abrir as portas para a contratação de idosos é uma oportunidade para que eles sejam acolhidos e recebam tratamento igualitário igual a qualquer outro funcionário. “Não há diferença de salário, função. Recebem igual aos outros e a eles também é oferecida oportunidade para que troquem experiências com os colegas. Trabalhamos muito bem a integração com essas pessoas para que não haja discriminação. Nossa empresa só tem ganhado com eles”.

Fases – Em média, o RH da empresa em Campo Grande recebe de 30 a 40 currículos mensais. A partir daí, seleção é feita com base em prova de conhecimentos gerais (português e matemática), entrevista no departamento de Recursos Humanos e depois com o gerente da loja em que o respectivo funcionário trabalhará.

“Como a empresa trabalha em cima de competências organizacionais, analisamos no processo seletivo as competências para a qual vamos encaixar os idosos. Fora a função comum também contratou idosos para as funções de consultores Part Time, que visam oferecer determinados produtos em abordagens a clientes. No caso desses, a jornada é de apenas três horas, inclusive aos sábados e domingos”, esclarece Márcia.

Assim como qualquer outra pessoa em início de carreira na Rede, o salário mensal recebido varia de um até um e meio.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

A importância dos umidificadores em nossa vida!


Mundo Geriátrico
Mundo Geriátrico
Chega essa época do ano e começamos a pensar nos aparelhos guardados do inverno passado e que passam a ser lembrados nesse, em função da baixa umidade do ar, nas grandes cidades, já podemos visualizar facilmente o céu carregado de poluição. Dentre os equipamentos de inverno, um dos mais importantes é o umidificador de ar, principalmente para quem tem crianças e idosos em casa.

Se você não tem esse aparelho ainda, acredite todo investimento feito para a compra de um bom umidificador de ar vale a pena, pois o dinheiro que você pode economizar não comprando o umidificador vai acabar gastando depois com consultas médicas e remédios.

Tenho certeza que você já ouviu falar de uma maneira caseira de fazê-lo nessa época, como colocar uma bacia de água ao lado da cama ou pendurar toalhas molhadas nos quartos. No entanto, a maneira mais eficiente e menos atrapalhada (afinal, como não temos esse hábito, acabamos literalmente enfiando o pé na bacia, no meio da noite) são os umidificadores elétricos.

A principal vantagem do umidificador elétrico em relação aos umidificadores caseiros é que rapidamente eles conseguem produzir uma coluna de vapor d’água que eleva a umidade do ar em até 40% ou mais. Em instantes você percebe o conforto respiratório.
Mundo Geriátrico
Mundo Geriátrico

Porque isso acontece? Fácil, esses umidificadores, geralmente, ultra-sônicos quebram a molécula de água por um processo vibratório gerando grande quantidade de valor de água. Na hora de comprar, procure um modelo que possua um controle de umidade, e não aqueles só com botão liga/desliga, que custam mais baratos, mas que te limite possibilidades.

Confira também se o umidificador que você pretende comprar tem capacidade de umidificar sem precisar colocar mais água por no mínimo a mesma quantidade de horas que tem a duração do seu sono.

Lembrando que um umidificador portátil ou de pequeno porte é suficiente para umidificar um único ambiente da sua casa, não conseguindo sozinho fazê-lo em toda casa. Assim, o ideal é ter um para cada quarto da casa.

A baixa umidade pode provocar os seguintes efeitos nos seres humanos:
  • Resseca nossa pele e mucosas – se sua casa tem pouca umidade, você ficará com os lábios rachados, queixo ressecado e com coceira e garganta seca pela manhã, ao acordar (a baixa umidade resseca inclusive plantas e móveis);
  • Aumenta a eletricidade estática – a maioria das pessoas não gosta de tomar choquinhos cada vez que toca algo metálico;
Confira a seguir como funcionam algumas opções para umidificar o ar de sua casa:

Vapor – Conhecido como “vaporizador”, um umidificador a vapor ferve água e joga vapor na sala. Por ser uma tecnologia mais simples, é mais barata. Outra vantagem dessa tecnologia é que você pode utilizá-lo para fazer inalação com medicamentos para reduzir a tosse.

Impulsor – O disco de rotação lança água em um difusor em forma de pente. O difusor transforma a água em pequenas gotas que flutuam no ar. Essas gotinhas parecem neblina saindo do umidificador.

Ultra-sônico – Esse umidificador usa um diafragma de metal que vibra em freqüência ultra-sônica, para criar gotinhas d água. É silencioso e também produz uma neblina fria.  

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Casal de Caxias do Sul completa 70 anos de casado e dá exemplo de vida!

Casal vive na mesma casa, no bairro Rio Branco, desde 1960, quando migrou do interior para a cidade em busca de um futuro melhor para as filhas.
Diogo Sallaberry / Agencia RBS 

Diz a superstição que chover no dia do casamento traz sorte e bênçãos aos noivos. Recordando suas núpcias _ em 27 de julho de 1947, há exatos 70 anos _, dona Idalina Anna Onzi, 95 anos, lembra que choveu torrencialmente naquele dia. Lenda ou não, a união com seu Attilio Onzi, 94, permanece firme até hoje, fortalecida pelo amor e carinho das quatro filhas e dos oito netos. – Ele me ensinou o valor do trabalho. E eu, o ensinei a ter calma, a perdoar, a levar a vida com menos ansiedade – conta dona Idalina, sentada em uma poltrona na cozinha da casa onde mora desde 1960, após se mudarem de uma propriedade rural em Loreto para o bairro Rio Branco. 

O mesmo jeitinho meigo que dona Idalina preserva até hoje fisgou Attilio em 1945, num baile em São Martinho da 2ª Légua, onde a jovem morava. – O tio dela tocava bandonion e eu fui ao baile. Na época, chamavam de baile das damas, porque eram as moças quem convidavam para dançar – conta Attilio. – E tu fez questão de passar bem na minha frente, né? – emenda Idalina, rindo. O pedido de casamento veio dois anos depois e foi como mandava a tradição: a família do pretendente foi visitar a moça e o futuro sogro pediu a mão dela ao pai. Casaram-se às 10h30min de um sábado chuvoso, cerimônia precedida de um café na residência da noiva e concluída com festa – regada a vinho e muita música – na casa do noivo. Filho mais novo, Attilio levou Idalina para morar com ele e os sogros em Loreto. 

Na propriedade, cultivavam uvas, faziam vinho e viviam da agricultura. Além de ajudar o marido na lavoura, Idalina também costurava. O primogênito, Valter, nasceu cerca de um ano depois, mas não resistiu à meningite e morreu ainda bebê. 

 – Era um menino lindo, forte – recorda Attilio com tristeza. 

Após a perda do filho, Idalina deu à luz Geni, 67, Juracema, 66, Zulma, 63, e Zaira, 61. A preocupação com a educação das meninas levou o casal a deixar o interior e buscar estudo na cidade.

– Meu pai sempre foi um homem muito ativo. Ajudou a reivindicar estradas para a região e conseguiu até que o então prefeito Ruben Bento Alves criasse uma escola para as crianças dos agricultores que moravam lá em Loreto, que, no início, funcionou em um galpão na nossa casa – recorda Geni, que, como as três irmãs, seguiu a carreira do magistério. Quando se mudou para o bairro Rio Branco, Attilio passou a trabalhar em uma fábrica de esquadrias, e Idalina, seguiu costurando. 

Da antiga máquina, saíram inúmeros vestidos de noiva – inclusive o da filha Geni –, roupas femininas e calças masculinas. No porão da casa, o nono manteve a tradição de fabricar vinho – coisa que fez só até o ano passado, em razão de problemas de saúde. No almoço e no jantar, porém, ele não dispensa um cálice da bebida. – Agradeço a Deus pela família que conquistamos. Minhas filhas nunca deram trabalho e até hoje vivemos em paz. Não há segredo para ter um casamento longevo. Acho que o principal é ter respeito pelo outro, tolerância e paciência. E comer junto, trabalhar junto, fazer coisas boas junto – define a idosa. 

Filhos unidos

Sonho de todo pai e mãe, manter os filhos por perto foi um privilégio de Attilio e Idalina. Das quatro filhas, três vivem em Caxias: Geni e Juracema, hoje viúvas, moram no mesmo terreno na Avenida Rio Branco; e Zaira, vive com a família no bairro Salgado Filho. Apenas Zulma mudou-se para Curitiba após casar.


A distância, no entanto, é compensada, segundo as irmãs, pelas visitas frequentes e pelas conversas via internet e whatsapp. Compreender a tecnologia, aliás, ainda é um dos objetivos de dona Idalina. O celular, que ela chama de scatoletta (caixinha, em dialeto), é usado para conferir novos pontos de crochê, que ela produz sem dificuldade, e para fazer vídeos e trocar mensagens com os netos e parentes.


A nona só não gosta que o pessoal use o celular quando estão conversando todos juntos. Nessa hora, ela franze a testa e grita: scatoletta!


– Quero que me deem atenção – defende.


Manter a casa sempre alegre, cheia de gente, divertir-se, passear e dançar são coisas que o casal de nonos sempre gostou e preservou.


– Quando eu era pequena, lembro que o pai ligava os rádios no quarto, na sala e na Brasília (ano 1974, que Attilio mantém como relíquia) na mesma estação para todo mundo ouvir música – lembra a filha Zaira.


Para Geni, os pais se mantém lúcidos e ativos apesar da idade e dos problemas de saúde porque nunca se isolaram.


– O que fortalece a pessoa idosa é a companhia – acredita.


Manter a cabeça ocupada também faz diferença. Há 26 anos, o casal não dispensa a leitura do Pioneiro. Primeiro, Attilio se delicia com as notícias do esporte e de seu time, o Internacional. Depois do almoço, é a vez da nona folhear as páginas da editoria de política, a coluna do frei Jaime e as "fotos das noivas" (coluna social). Só não gosta da página policial porque não gosta de notícias que a deixem triste.


– E o que é essa confusão do prefeito com o vice, hein? – comenta Idalina, mostrando estar atenta às notícias do dia a dia.


No último domingo, para manter a tradição, os Onzi reuniram os parentes e festejaram as bodas de vinho (70 anos de casamento) de Attilio e Idalina. Como os nonos adoram, não faltou alegria, música e celebração à vida. E um bom cálice de vinho cabernet, que, como o amor dos nonos, fica melhor a cada ano. Que venham os 75.