quarta-feira, 31 de maio de 2017

A importância do toque físico na terceira idade

O toque de carinho, de apoio nos movimentos e os abraços espontâneos estimulam o funcionamento neurológico, melhoram a circulação sanguínea e aumentam a autoestima.

Desde pequenos, necessitamos muito do toque físico, do contato dos entes queridos, do carinho aconchegante. Isso não só fortalece nossos vínculos emocionais, como define nossa identidade. Através dos diferentes toques (suave, forte, intenso, etc.), vamos aprendendo como nos relacionar com as pessoas, vamos obtendo noção de limites e, principalmente, vamos aprendendo a amar.

Com o idoso não é diferente, pois, enquanto os filhos e netos estão atarefados com suas correrias diárias, às vezes, ele está com pouca ocupação passando grande parte do dia sozinho. Então, o toque de carinho, de apoio nos movimentos, os abraços espontâneos, são fundamentais para estimular o funcionamento neurológico, melhorar a circulação sanguínea e aumentar a autoestima do idoso.

Valem massagens com óleos e cremes aromáticos, cafunés nos cabelos macios, movimentos circulares no rosto, pequenos alongamentos nos dedos das mãos, assistir televisão de mãos dadas, e tudo que nossa imaginação inventar. A própria pessoa pode – e deve – estimular sua pele, estabelecendo um contato gostoso, conversando com seu corpo.

Com a idade, a pele vai ficando mais fina e às vezes ressecada. Então é fundamental delicadeza ao tocar o idoso, sempre respeitando o ritmo do outro. Também é muito importante a pessoa que convive ou cuida de idosos aprender a se colocar no lugar dessa pessoa e tentar funcionar como ela. Por exemplo: idosos com dificuldade de locomoção são muito beneficiados quando o cuidador ou parente mostram no próprio corpo da pessoa qual movimento desejam que ela execute. Essa informação corporal, vivencial, é mais eficiente que a intelectual.

Nosso corpo guarda através da pele – o maior órgão humano – todas as informações sensoriais que vivemos e, por isso, concentra várias emoções e sentimentos. Se tivemos desde a infância, e ao longo das diferentes fases de desenvolvimento, toques agradáveis, afetuosos, divertidos, construímos uma identidade equilibrada e socialmente empática.

Mas, se ao contrário, fomos mal tratados, beliscados ou castigados, ou, ainda, se fomos criados sem carinho físico, as memórias sensoriais serão desagradáveis e/ou ambíguas. Portanto, é fundamental conquistarmos a confiança dessa pessoa antes de tocá-la para acima de tudo, respeitá-la.

O contato físico nos inclui num grupo, fortalece as conexões emocionais, nos dá mais segurança. Vamos lembrar-nos desse importante ingrediente da saúde emocional de todos nós!

Fonte: Portal Terceira Idade 

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Pesquisa explica por que a variação de temperatura é perigosa para pessoas idosas

Idosos foram submetidos, de maneira controlada, a mudanças de clima. Para a maioria, o frio provocou reclamações.

Uma pesquisa da Universidade de São Paulo pode ajudar a proteger a saúde dos brasileiros de mais idade. Tem a ver com o sobe e desce dos termômetros no outono.



Quando o assunto é temperatura, parece que todo mundo tem a resposta na ponta da língua. A preferência não é só questão de gosto. Pode ter relação com o lugar de origem, a rotina, os hábitos de cada um. E também com a fase da vida.

Uma pesquisa da Universidade de São Paulo já testou, entre outras coisas, a sensibilidade de idosos a variações de temperatura. Eles foram submetidos, de maneira controlada, a mudanças de clima.
Numa sala fechada, a temperatura era alterada gradativamente de 16° para 24° e depois 32° graus. E em sentido contrário também.

Para a maioria dos 88 idosos, analisados um a um, o frio provocou reclamações. Do calor, quase ninguém se queixou.

“Estava bem, sem problema. O calor é melhor para o idoso do que o frio”, diz Moacir Padovese, voluntário da pesquisa.

Segundo os pesquisadores, o frio incomoda mais os idosos porque é associado a doenças e traz desconfortos como dores musculares e nas articulações. O idoso se preocupa menos com o calor. Além disso, no cérebro dele, a resposta às mudanças de temperatura é mais lenta. Um perigo.
“Essa menor sensibilidade coloca eles em risco, porque eles demoram mais para tomar uma medida comportamental para poder se proteger do calor”, explica Beatriz Maria Trezza, geriatra da Faculdade de Medicina da USP.

“Poderia desidratar mais, ter uma tontura e eventualmente cair por conta dessa tontura, então essa é uma das coisas que poderia eventualmente acontecer”, completa Alexandre Bucci, geriatra da Faculdade de Medicina da USP.

Outra característica dos idosos é não sentir muita sede. Bem orientados, Esméria e Moacir não se arriscam.

“Eu tomo muita água, também não abuso de horários assim mais fortes de me expor ao sol em horários mais quentes”, comenta Esméria Rovai, voluntária da pesquisa.

“Eu deixo sempre uma jarra de água cheia em cima da mesa da cozinha para lembrar porque você não sente mesmo”, conta Moacir Padovese, voluntário da pesquisa.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Barbara Beskind, a avó do Vale do Silício

Aos 90 anos conseguiu trabalho na empresa da qual saiu o primeiro ‘mouse’ da Apple

O sonho de Barbara Beskind sempre foi ser designer, mas a vida foi passando sem que ela pudesse exercer esse ofício. Há dois anos, viu na TV uma entrevista do fundador da Ideo, David Kelley, na qual falava da importância de contar com uma equipe diversificada de projetistas. Ficou tão fascinada que mandou uma carta se oferecendo. Depois de várias entrevistas, obteve o emprego após completar 90 anos. Uma conquista e tanto no Vale do Silício, onde fazer 30 anos significa chegar ao topo, onde se oculta a data de nascimento no currículo e onde apenas 1% dos pedidos de emprego são aceitos. Barbara é uma raridade, mas ali está, integrando a equipe de criadores dessa empresa em que não só desenha, como também dá sua opinião sobre os produtos para idosos. E não se trata de uma empresa qualquer. Da Ideo saiu, por exemplo, o primeiro mouse da Apple.

Gretchen Addi, uma sócia do estúdio, foi encarregada de comprovar que a história de Barbara era certa, que a antiga enfermeira da II Guerra Mundial poderia agregar valor à equipe. “Quando fui visitá-la em casa, ela exibiu os protótipos em que trabalhava”, conta. Gretchen foi, em grande parte, a “culpada” pela contratação. “[Barbara] tem uma vida apaixonante”, diz. É verdade. Seu voluntariado durante a guerra e sua licenciatura em arte e design na Universidade de Siracusa a transformaram na candidata perfeita para se instalar em Baumholder (Alemanha) entre 1955 e 1957 com o objetivo de revisar o funcionamento de uma máquina que feria as mãos dos operários. Do fim dos anos sessenta até sua aposentadoria, trabalhou como professora para estudantes com dificuldades. No pedido de emprego em que falou de sua vida profissional, também explicou que, apesar de sua idade, era capaz de se mover de maneira autônoma – embora use dois bastões de esqui para caminhar – e tinha energia suficiente para se integrar à equipe.

Sidney La Londe, uma de suas colegas de trabalho, pede desculpas pela recusa de Barbara em falar com a imprensa. Ela só vai trabalhar alguns dias, normalmente uma vez por semana. Um carro a deixa na porta da sede, em Palo Alto, e depois volta para buscá-la pouco antes das três da tarde. “Há pouco tempo ela trocou de projeto. Não vem sempre. Prefere usar suas energias exclusivamente em seu trabalho”, justifica Sidney.

Em julho de 2013, Barbara entrou na empresa com a alegria de uma estagiária – de lenço, calça jeans e tênis esportivos, um clássico da região. Sua primeira contribuição desde que chegou à Ideo foi uma bengala – parecida com um andador, mas com modificações importantes. Enquanto o modelo comum provoca um evidente desequilíbrio – a pessoa precisa inclinar o corpo para a frente para mover o aparelho, algo não tão simples quando os músculos perdem vigor –, o dela é um pouco mais alto e conta com partes basculantes para melhor adaptação. “A forma de andar é mais natural e a aderência em caso de emergência, também”, explicou em uma palestra para alunos da Stanford, a universidade de ponta da Costa Oeste dos EUA, próxima de seu trabalho. Na Ideo, logo perceberam que ela estava certa, mas também que, além de seus bons projetos, o nicho de mercado de produtos para idosos é cada vez maior.

Os colegas de trabalho destacam duas qualidades em Barbara: sua facilidade para experimentar qualquer ideia, por mais louca que pareça, e seu lema, “mantenha a simplicidade” – algo que, talvez sem que ela saiba, a aproxima muito da doutrina com base na qual Steve Jobs construiu a Apple.
No Vale do Silício, onde todos pensam em fazer fortuna e se aposentar, onde um dos temas recorrentes é “morra jovem e deixe um bonito cadáver”, ou “empreenda e venda logo sua empresa”, Barbara Beskind só pede mais tempo para poder desfrutar do emprego de seus sonhos. Ela já confessou que um de seus segredos é que se considera muito superior a seus companheiros na hora de se concentrar. É capaz de pensar sobre um problema concreto durante mais de quatro horas sem interrupções. A chave? Seu celular só serve para fazer ligações de emergência – sua pequena capacidade visual mal lhe permite usá-lo. A abstração é sua melhor ferramenta.


Fonte: El País

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Idosos que cultivam boas amizades vivem mais tempo

Quem tem amigos, tem tudo, não é verdade? Além de trazer felicidade, a amizade faz bem à saúde, ainda mais na terceira idade. O quem muitos já sentiam, agora ficou comprovado em uma pesquisa científica: idosos que mantêm bons relacionamentos com amigos vivem 22% mais tempo que os solitários. Saiba mais na reportagem de Samara Bastos.



Fonte: R7

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Viver mais não é viver melhor

É certo e é de conhecimento de todos que a nossa população está envelhecendo. No Brasil, estima-se que 30% da população terá 60 anos ou mais em 2050, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Nos Estados Unidos,  serão 10 mil idosos com mais de 65 anos todos os dias, até 2020.

Segundo o site MinnPost, de Minnesota, nos EUA, um estudo de 2012 mostrou que o custo total com cuidados médicos e odontológicos para pessoas que moram em casas de repouso comparado aos que moram em suas residências e são independentes é US$ 1,6 mil maior por ano.


A conclusão, portanto, é que é mais barato adotar políticas para fazer com que as pessoas cheguem à terceira idade mais saudáveis e com independência, do que cuidar dos idosos com alguma doença ou dificuldade.

Infelizmente, viver mais não significa viver melhor. Enquanto não vemos uma efetiva política pública de promoção e proteção à saúde do idoso, podemos ao menos adotar hábitos que possam beneficiar nossa saúde e nos manter independentes.

Questões importantes como alimentação saudável, exercícios físicos e atividades sociais que podem ajudar as pessoas a continuar independentes e com saúde, devem fazer parte da vida de todos, independentemente da idade.

Siga pequenos conselhos como andar a pé, incluir frutas e verduras ao cardápio diário, beber água e se manter ativo socialmente. Essas pequenas atitudes surtirão efeito, mesmo que você não os perceba neste momento.



Comece agora e você terá benefícios no futuro, garanto a você.
Viva mais e melhor!

Fonte: Estadão