quarta-feira, 24 de maio de 2017

Pesquisa explica por que a variação de temperatura é perigosa para pessoas idosas

Idosos foram submetidos, de maneira controlada, a mudanças de clima. Para a maioria, o frio provocou reclamações.

Uma pesquisa da Universidade de São Paulo pode ajudar a proteger a saúde dos brasileiros de mais idade. Tem a ver com o sobe e desce dos termômetros no outono.



Quando o assunto é temperatura, parece que todo mundo tem a resposta na ponta da língua. A preferência não é só questão de gosto. Pode ter relação com o lugar de origem, a rotina, os hábitos de cada um. E também com a fase da vida.

Uma pesquisa da Universidade de São Paulo já testou, entre outras coisas, a sensibilidade de idosos a variações de temperatura. Eles foram submetidos, de maneira controlada, a mudanças de clima.
Numa sala fechada, a temperatura era alterada gradativamente de 16° para 24° e depois 32° graus. E em sentido contrário também.

Para a maioria dos 88 idosos, analisados um a um, o frio provocou reclamações. Do calor, quase ninguém se queixou.

“Estava bem, sem problema. O calor é melhor para o idoso do que o frio”, diz Moacir Padovese, voluntário da pesquisa.

Segundo os pesquisadores, o frio incomoda mais os idosos porque é associado a doenças e traz desconfortos como dores musculares e nas articulações. O idoso se preocupa menos com o calor. Além disso, no cérebro dele, a resposta às mudanças de temperatura é mais lenta. Um perigo.
“Essa menor sensibilidade coloca eles em risco, porque eles demoram mais para tomar uma medida comportamental para poder se proteger do calor”, explica Beatriz Maria Trezza, geriatra da Faculdade de Medicina da USP.

“Poderia desidratar mais, ter uma tontura e eventualmente cair por conta dessa tontura, então essa é uma das coisas que poderia eventualmente acontecer”, completa Alexandre Bucci, geriatra da Faculdade de Medicina da USP.

Outra característica dos idosos é não sentir muita sede. Bem orientados, Esméria e Moacir não se arriscam.

“Eu tomo muita água, também não abuso de horários assim mais fortes de me expor ao sol em horários mais quentes”, comenta Esméria Rovai, voluntária da pesquisa.

“Eu deixo sempre uma jarra de água cheia em cima da mesa da cozinha para lembrar porque você não sente mesmo”, conta Moacir Padovese, voluntário da pesquisa.

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